Apesar de serem vistos como os vilões da boa alimentação, as gorduras nem sempre são prejudiciais. É o caso dos ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e ômega-6.          Estas gorduras são encontradas em estado líquido (óleos), na temperatura ambiente e também são conhecidos como ácido α-linolênico (ômega-3) e ácido linoléico (ômega-6).

O organismo é capaz de produzir ácidos graxos saturados e insaturados a partir de carboidratos e proteínas. Entretanto, a série ômega-3 e ômega-6 não podem ser sintetizados, ou seja, produzidos pelo organismo e são, portanto, nutricionalmente essenciais. Para suprir a demanda orgânica, os mesmos devem estar presentes em quantidades suficientes na alimentação.

Durante a gestação, período neonatal e toda a etapa de crescimento do bebê, a oferta desses ácidos graxos em quantidades adequadas é fundamental para o bom desenvolvimento e funcionamento cerebral e da retina. Por essa razão, a mãe desempenha um papel primordial na oferta desses nutrientes, devendo consumir uma dieta rica em alimentos fontes, para atender não só as necessidades da criança em cada uma dessas etapas como também as suas. A maior necessidade de ácidos graxos essenciais ocorre durante a vida intra-uterina, especialmente no último trimestre de gestação e nos primeiros meses de vida.

Após o nascimento, o bebê deve ser alimentado somente com leite materno até o 6° mês de vida, pois o aleitamento garantirá a oferta adequada de ômega-3 e ômega-6, diferentemente das crianças que receberem leites artificiais.

Na prática, para assegurar quantidade adequada ômega 3 e 6, recomenda-se o consumo de peixes pelas gestantes. Na impossibilidade do consumo de alimentos marinhos, os óleos de soja e canola são boas fontes de α-linolênico e seu uso deve ser estimulado.

Como fontes de ômega-3, podemos citar:
•    Peixes como atum, anchova, carpa, arenque, salmão, sardinha, bonito e cavala
•    Frutos do Mar
•    Óleo de canola, soja e linhaça

Como fontes de ômega-6, podemos citar:
•    Sementes oleaginosas
•    Óleo de milho, girassol e soja

A variação no conteúdo de ômega-3 dos alimentos marinhos dependerá da espécie do pescado, parte comestível, local de captura, época do ano, temperatura da água e processo de industrialização. Essa variação pode chegar a 25%.
Pesquisas realizadas no Brasil demonstraram que as espécies sardinha e bonito são boas fontes de ômega-3, especialmente a sardinha, por ser um peixe de baixo custo e ter grande disponibilidade no mercado nacional.

Recomendações de ingestão diária de ácidos graxos essenciais para gestantes:

 - Ômega-3: 1,4g/dia
 - Ômega-6: 13g/dia

Autora: Nutricionista Mariana Brito

Referências:
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SILVA, Deila Regina, JÙNIOR, Paulo Fernando Miranda, SOARES, Eliane de Abreu. A importância dos ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa na gestação e lactação. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 7, n.2, p. 123-133, 2007.

LIMA, Mario Ferreira et al. Ácido graxo ômega 3 docosahexaenoico (DHA: C22:6 n-3) e desenvolvimento neonatal: aspectos relacionados a sua essencialidade e suplementação. Nutrire: Revista Sociedade Brasileira de Nutrição, v.28, p. 65-77, 2004.

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